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sábado, novembro 10, 2007
Expondo suas vidas 

É impressionante como as pessoas andam expondo suas vidas em público. Tenho reparado nisso nos últimos dias e é algo que realmente chama a atenção. Seja ao celular, seja em ônibus ou restaurantes, as pessoas não tem a menor preocupação em conversar detalhes de suas vidas, não se importando com quem está ao seu lado ouvindo tudo.

Chega a ser engraçado, pois as histórias são tantas que poderia escrever um livro de fofocas anõnimas, dos casos que tenho ouvido nos ônibus e restaurantes. E o que dizer do pessoal que usa nextel e insiste em colocar sempre no viva-voz? Parece que querem que todos escutem a conversa.

Agora o lado triste de tudo isso é que numa cidade como o Rio de Janeiro informações pessoais podem ser poderosas armas para bandidos. Saber qual a faixa de renda de uma pessoa, seus hábitos, se tem filhos, tudo isso pode ser ouvido por pessoas com más intenções.

Portanto, meu caro leitor, tome cuidado com o que você conversa em público.

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# escrito por Kodai : 11/10/2007 08:05:00 PM    0 comentários

segunda-feira, novembro 05, 2007
Gregório de Matos, sempre atual 

Epílogos

Que falta nesta cidade?... Verdade
Que mais por sua desonra?... Honra
Falta mais que se lhe proponha?... Vergonha

O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.

Quem a pôs neste socrócio? ... Negócio.
Quem causa tal perdição? ... Ambição.
E o maior desta loucura? ... Usura.

Notável desaventura
De um povo néscio e sandeu,
Que não sabe que o perdeu
Negócio, ambição, usura.

Quem são seus doces objetos?... Pretos.
Tem outros bem mais maciços?... Mestiços.
Quais destes lhe são mais gratos?... Mulatos.

Dou ao demo os insensatos,
Dou ao demo a gente asnal,
Que estima por cabedal
Pretos, mestiços, mulatos.

E que justiça a resguarda?... Bastarda
É grátis distribuída?... Vendida
Que tem, que a todos assusta?... Injusta.

Valha-nos Deus, o que custa
O que El-Rei nos dá de graça,
Que anda a justiça na praça
Bastarda, vendida, injusta.

E nos frades há manqueiras?... Freiras.
Em que se ocupam os serões?... Sermões.
Não se ocupam em disputas?... Putas.

Com palavras dissolutas
Me concluís na verdade,
Que as lidas todas de um frade
São freiras, sermões e putas.

O açúcar já se acabou? ... Baixou.
E o dinheiro se extinguiu? ... Subiu.
Logo já convalesceu? ... Morreu.

À Bahia aconteceu
O que a um doente acontece,
Cai na cama, o mal lhe cresce,
Baixou, subiu e morreu.

A Câmara não acode? ... Não pode.
Pois não tem todo o poder? ... Não quer.
É que o governo a convence? ... Não vence.

Quem haverá que tal pense,
Que uma Câmara tão nobre,
Por ver-se mísera e pobre,
Não pode, não quer, não vence.








Gregório de Matos Guerra (1690?)
Sempre atual!

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# escrito por Kodai : 11/05/2007 11:16:00 AM    0 comentários

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