sexta-feira, dezembro 28, 2007
PM apreende lança-perfume que seria usado no réveillon
PM apreende lança-perfume que seria usado no réveillon
Celso Brito
Rio - Um empresário esperava animar o réveillon com o uso de lança-perfume e para garantir a festa encomendou a droga antecipadamente. O que ele não contava era com a intervenção dos policiais do 23º BPM (Leblon) que interceptaram sua encomenda na madrugada desta sexta-feira.
Os 10 frascos de lança-perfume encomendados foram encontrados pela polícia na bolsa de uma adolescente de 17 anos, quando ela seguia para a Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, na garupa da moto Honda preta LKJ-9990 pilotada pelo ex-cunhado dela, o motoboy Ludimar Moraes Braga Filho, 19 anos, funcionário de um hotel na Zona Sul do Rio.
Os policiais do batalhão do Leblon contaram que estavam fazendo um patrulhamento no bairro de São Conrado e tiveram a atenção despertada para uma moto que havia acabado de descer a Favela da Rocinha e seguia em alta velocidade. Houve perseguição na Auto Estrada Lagoa-Barra, mas a moto só foi alcançada por duas viaturas da Polícia Militar no Largo da Barra da Tijuca, a poucos metros do local onde a droga seria entregue, num posto de gasolina, em frente a Ilha dos Pescadores, na Estrada da Barra da Tijuca, no Itanhangá. A jovem, no entanto, disse aos policiais que não sabia quem era o empresário que a esperava.
A adolescente foi levada para a 14ª DP (Leblon), acompanhada de Ludimar, ambos moradores da Rocinha. O rapaz contou aos policiais que trabalha também como moto-táxi e que deu uma carona para a ex-cunhada, mas não sabia que ela estava transportando droga. A jovem confirmou a versão, mas evitou falar de quem era o dono dos frascos de lança-perfume, porque, segundo revelou a polícia, teme ser morta por traficantes. O material apreendido foi levado para exame no Instituto de Criminalística Carlos Éboli, onde o laudo foi positivo.
O lança-perfume é um solvente que combina éter, clorifórmio, cloreto de etila e uma essência perfumada, embalados em tubos sob pressão. A substância foi proibida no Brasil na década de 60, quando passou de brincadeira de Carnaval à inalante e provocar mortes por parada cardíaca. A droga ao ser inalada provoca euforia, excitação, tontura, pertubações auditivas e visuais, além de desorientações. No passado, era embalada em frascos de metal dourado.
A adolescente foi autuada em flagrante por tráfico de entorpecentes e encaminhada para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Ludimar Moraes, que fez prova de trabalho, ao apresentar a carteira assinada levada por sua mãe que chegou à delegacia de táxi, assinou o flagrante apenas como testemunha e foi liberado. A mãe do motoboy fez questão de dizer aos policiais que ele ajuda a criar o irmão menor e para isso passa o dia e a noite trabalhando.
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# escrito por Kodai : 12/28/2007 12:19:00 PM
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The Real Rio: Em qualquer feriado, os cariocas abandonam a cidade ex-maravilhosa
Já é intenso movimento de saída para o réveillon
Diogo Dantas
Rio - Os cariocas que deixam a cidade para o feriadão do réveillon já enfrentam congestionamentos nas principais ruas e avenidas da cidade e rodovias federais.
Um caminhão tombou (foto acima) pela manhã na estrada Rio-São Paulo, no KM 39, em Seropédica. Não há informações sobre feridos.
Na Ponte Rio-Niterói, o trânsito é intenso no sentido Niterói com retenção da descida do vão cental até a Praça do Pedágio.
Na Avenida Brasil há grande movimentação no sentido Centro. Trânsito complicado do Caju até o acesso a ponte. Na Linha Vermelha já há engarrafamento, no sentido Baixada. Lentidão do Fundão até o aeroporto e do Batalhão até o acesso para a Linha Amarela.
No sentido Centro é grande a movimentação do trecho da Rodovia Presidente Dutra à Rodovia Washinton Luís. A Linha Amarela tem trânsito lento de Del Castilho até a Avenida Brasil, no sentido Centro e do Fundão até a saída 8, no sentido Barra.
Rio-Santos congestionada
A Rodovia Rio-Santos, que liga a cidade do Rio ao litoral sul do estado apresenta movimentação intensa no sentido Angra dos Reis. Segundo o leitor Rodrigo Castro, o trânsito está "caótico" na BR 101. Já Cristiano Santos relatou que a Rio-Santos "está sem condições de tráfego devido a grande quantidade de veículos seguindo para a Costa Verde". O leitor sugeriu que o melhor caminho para a região é seguir pela Via Dutra até Barra Mansa e descer em direção a Angra dos Reis via Rio Claro e Lidice.
Operação Ano Novo na Ponte Rio-Niterói
Intensifica-se nesta sexta-feira a grande movimentação de veículos em direção a Niterói, Região dos Lagos e outras cidades do interior do estado, pela Ponte Rio – Niterói, em função do feriadão prolongado pelo Ano Novo. A Ponte S.A. estima que 304 mil veículos passem pela Praça de Pedágio entre sexta e a primeira terça-feira de 2008. Sexta-feira e sábado deverão ser os dias de maior movimento, com previsão de 85 mil e 77 mil veículos, respectivamente, deixando o Rio.
De acordo com a previsão da Concessionária Ponte S.A., este ano deverá ocorrer um aumento médio de 30% no fluxo de veículos que deixarão o Rio, na comparação com o mesmo período do ano passado.
A operação especial visa atender ao aumento da demanda dos usuários. Nos períodos de grande movimento, o número de atendimentos sobe de 140, em média, por dia, para cerca de 300, que resultam em quase 150 guinchamentos diários.
ViaLagos: 64 mil veículos esperados
O grande movimento em direção à Costa do Sol, pela ViaLagos, por conta do fim de semana prolongado pelo Réveillon, começou nesta quinta-feira, quando 27 mil veículos passaram pela rodovia. Neste momento, os motoristas encontram o trânsito intenso em direção à Cabo Frio, Búzios e demais cidades da região.. Hoje e amanhã deverão ser os dias de maior movimento na ida para a Costa do Sol, com previsão de 33 mil e 31 mil veículos. E nos dias 1º e 2 de janeiro acontecerá o maior movimento de volta ao Rio, com cerca de 38 mil veículos por dia.
Cerca de 198 mil veículos deverão passar pela via até quarta-feira da próxima semana. A Operação Verão da ViaLagos, iniciada às vésperas do Natal, tem por objetivo atender ao aumento das demandas dos usuários, uma vez que neste período, até o Carnaval e o final das férias escolares, o volume de tráfego na rodovia cresce cerca de 80% e o número de atendimentos das equipes do SOS Usuário também sobe na mesma proporção.
O motorista que tiver algum problema em seu veículo deve parar e aguardar no acostamento, que o socorro logo chegará, ou pode ligar para o número 0800-7020124. Informações sobre o trânsito: www.rodoviadoslagos.com.br ou (21) 2734-4141 (ramal 225).
E quem for para a Costa do Sol neste feriadão, deve retirar o guia de descontos da ViaLagos nas cabines de pedágio e aproveitar a promoção Paraíso de Descontos, que oferece vantagens exclusivas no comércio da região e pode fazer o pedágio sair de graça. Para participar, basta apresentar o recibo do pedágio da ViaLagos na rede credenciada. O mesmo recibo pode ser utilizado por três dias, quantas vezes o usuário desejar. São mais de 200 estabelecimentos conveniados na Região, entre hotéis, restaurantes, cinemas, passeios turísticos e muito mais.
Patrulhamento Federal
Após a Operação Natal, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) lançou, a zero hora desta sexta-feira, a Operação Ano-Novo. A fiscalização nas estradas federais será reforçada até a meia-noite do dia 1º. Para evitar o recorde de vítimas registrado no feriado prolongado do Natal, que deixou 196 mortos e 1.879 feridos em 2.561 acidentes, a PRF promoveu ajustes na fiscalização durante as festas de fim de ano.
Para a Operação Ano-Novo, a fiscalização deverá ser reforçada nas rodovias que levam aos principais balneários. Segundo a PRF, ao contrário do período de Natal, quando os deslocamentos ocorrem em direção ao interior, o destino das viagens das comemorações de fim de ano concentra-se no litoral.
Para o inspetor da PRF, Alvarez Simões, que coordenou a Operação Natal, a nova operação teve início com grandes preocupações, diante dos números registrados no último feriado. A PRF recomenda atenção, principalmente aos motoristas com destino ao Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, São Paulo e Santa Catarina, estados que atraem milhares de turistas, inclusive estrangeiros.
CRT estima passagem de 120 mil veículos sigam para Região Serrana
Terá início na tarde desta sexta-feira e prosseguirá até a manhã de quarta-feira (02/1) o esquema especial montado pela Concessionária Rio-Teresópolis (CRT) na Rio-Teresópolis-Além Paraíba (BR-116/RJ) para o final de semana prolongado pelo feriado de Ano Novo. Neste período a CRT estima a passagem de cerca de 120 mil veículos pela rodovia.
Apenas o trecho entre os quilômetros 114 e 120, no sentido Rio, tem obra com interferência no tráfego fluindo em meia-pista e com a faixa da direita bloqueada para reconstrução do pavimento. Há sinalização noturna no local.
A CRT estima que o maior fluxo de veículos se concentrará na tarde desta sexta e na manhã deste sábado e, na volta, na tarde de terça-feira (01/1). Para agilizar a passagem dos veículos, a concessionária disponibilizará papa-filas na Praça de Pedágio Engenheiro Pierre Berman (Piabetá) nos horários de maior movimento.
Serão mantidos de prontidão na Rio-Teresópolis-Além Paraíba, sete (07) guinchos, uma (01) UTI-Móvel, dois (02) carros-resgate, uma (01) ambulância e seis (06) viaturas de inspeção. Nas praças de pedágio funcionarão todas as cabines convencionais – 10 na Engenheiro Pierre Berman (Piabetá), sendo quatro reversíveis, atendendo nos dois sentidos conforme a demanda–, e as passagens do sistema de cobrança eletrônica (Via Verde).
A CRT disponibiliza nas praças de pedágio de Piabetá e Três Córregos telefones e sanitários. Para orientação e atendimento a seus usuários estão disponíveis cinco painéis de mensagens variáveis e os telefones (21) 2777-8300 (21) 9939-8899, em plantão 24 horas, para informações sobre condições de tráfego ou solicitação de socorro.
A concessionária alerta os motoristas para que trafeguem com atenção redobrada no trecho da Baixada Fluminense, área densamente povoada e com grande incidência de ciclistas e pedestres.
A tarifa para carros de passeio nos pedágios de Piabetá (km-133,5) e Três Córregos (km-71) é R$ 6,80 e, em Santo Aleixo (km-144) e Santa Guilhermina (km-122), R$ 4,80. Veículos pesados têm o valor da tarifa multiplicado pelo número de eixos. Motocicletas pagam R$ 3,40 nas praças principais e R$ 2,40, nas auxiliares.
Quase 400 mil veículos devem trafegar durante o Réveillon na Via Dutra
A NovaDutra, concessionária que administra a Rodovia Presidente Dutra, estima que 390 mil veículos devem sair do Rio de Janeiro e de São Paulo entre sexta-feira e sábado, quando deverá ocorrer o maior volume de tráfego na Via Dutra por conta das festividades de Réveillon.
Segundo a concessionária, todas as obras com interdição de pistas na Via Dutra foram suspensas desde as festividades do Natal para evitar interferência no tráfego. A empresa também reforçou suas equipes do SOS Usuário para o atendimento aos usuários no período.
A NovaDutra prevê uma redução do fluxo de caminhões na Via Dutra durante os feriados do final de Réveillon. De acordo com as estatísticas da empresa, a quantidade de caminhões na rodovia deve cair mais de 50% por causa das festividades.
Mesmo com a expectativa de boas condições de viagem, a NovaDutra recomenda aos usuários que evitem trafegar pela rodovia entre16h e 20h desta sexta-feira e no dia 1º de janeiro, quando deverá ocorrer o maior volume de tráfego por conta das festividades de Réveillon. Para reforçar essa recomendação, a empresa afixou faixas ao longo da rodovia e realiza a divulgação de mensagens por meio de seus painéis eletrônicos.
No trecho fluminense, a expectativa é de maior volume de veículos entre 16h e 20h de sexta-feira, quando seis mil veículos devem circular por hora, e entre10h e 14h deste sábado, com previsão da passagem de quatro mil veículos por hora.
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# escrito por Kodai : 12/28/2007 12:09:00 PM
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Poesia Carioca
http://jogowarinrio.blogspot.com/
"Os blindados tomam os guetos
e os milicianos controlam o gás,
o bacana aperta a mutuca
e o vagabundo trabalha em paz.
a piranha exerce tranqüila
a mais antiga profissão,
já deixou um galo pro cana,
no esquema do cafetão.
o bicheiro festeja o caixa
no orçamento do carnaval,
na cidade maravilhosa
só não falta é cara de pau."
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# escrito por Kodai : 12/28/2007 12:01:00 PM
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Chora Bananeira
(Jacinto Silva e Onildo Almeida)
Chora bananeira, bananeira chora Chora bananeira, meu amor já foi embora
Menina se quer ir, vamos, não se ponha a imaginar Quem imagina cria medo, quem tem medo não vai lá
Foi embora meu amor, eu sei onde ele está Eu tenho o endereço mas não vou procurar
Garota cor de canela não olhe pra mim chorando Porque sua família já está desconfiando
Nosso amor tão passageiro, eu não posso recordar Se o passado voltasse eu voltava a te amar
Menina lá vem o dia, tão cedo o dia já vem Eu vou entrar nessa roda abraçado com alguém
O dia já clareou, eu tenho por obrigação De dar viva a São Pedro, Santo Antônio e São João
Chora bananeira, bananeira chora Chora bananeira, meu amor já foi embora
-------------------------------------------------------------- Estranhou? Sim, o que você cantava na quarta série era uma versão modificada de uma música existente, feita pela criançada que adorava falar palavrão e sacanagem. |
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# escrito por Kodai : 12/28/2007 11:51:00 AM
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quinta-feira, dezembro 27, 2007
Confira como será o esquema de réveillon no Rio de Janeiro
Confira como será o esquema de réveillon da cidade Bruna Alt
Rio - O réveillon do Rio de Janeiro vai contar com novidades este ano. Segundo o secretário de turismo Rubem Medina, oito balsas vão fazer o serviço da queima de fogos e um palco octogonal vai estar no comando da festa na areia.
Este ano a contagem regressiva será feita com a ajuda de 35 torres de som espalhadas pela praia e mais 6 telões que irão transmitir a festa. Uma trilha sonora especial foi composta para acompanhar os 16 minutos de show pirotécnico.
Em toda a cidade haverão 7 pontos de queima de fogos, Copacabana, Ipanema, Flamengo, Barra, Sepetiba, Paquetá e Ramos, e mais 10 shows espalhados pela cidade.
Uma das novidades deste ano é que os motoristas não poderão contar com as 1.500 vagas disponibilizadas pelo shopping Rio Sul. Quem fará este serviço é o shopping Rio Plaza, em Botafogo, que conta com cerca de 300 vagas. O esquema de bloqueio de ruas em Copacabana será o mesmo do último ano, a partir das 18h todas as entradas de copacabana estarão bloquedas. Na Avenida Atlântica, a pista junto a praia será fechada a partir das 7h do dia 31 e a junto aos edifícios às 15h.
A Metro Rio informou que 110 mil bilhetes para o dia 31 sem hora marcada estão sendo vendidos, os trens operarão com intervalo de 4 min e ressaltou que não haverá bilheterias abertas entre às 0h e 5h da manhã do dia 1 de janeiro.
O pedido das autoridades é que a população use o transporte público para se deslocar até Copacabana e outros pontos de eventos da cidade.
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# escrito por Kodai : 12/27/2007 11:59:00 AM
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Mais textos do Pe. Zezinho...
Padre Zezinho que também está no Palco MP3:
Palavra de Padre
Como ser feliz por 20 reais
A livraria estava repleta de livros de auto-ajuda. Contei 48 títulos, todos trazendo a solução mágica para negócios, amores, relacionamentos, fé, saúde, sorte e loterias.
Quase todos traziam o pomposo título: "Como fazer", "Como chegar", "Como conseguir", "Como alcançar". Mundo mágico e tudo ao alcance do leitor por R$ 20 ou R$ 30.
Tomei nas mãos um deles, cujo título sugeria uma vida para sempre feliz. Prefiro não declinar o título. Custava apenas R$ 20. Comprei, não porque o precisasse, mas por curiosidade. Alguém estava garantindo felicidade eterna por R$ 20,00.
Li, pacientemente, até o fim. Cento e vinte páginas. O autor citava a Bíblia, o Alcorão, o RigVeda e os principais livros sagrados. Também os principais filósofos. Pelo número de citações bastante acuradas, o livro valeu o seu preço. Fiquei sabendo dos vários caminhos de felicidade propostos pelas mais diversas religiões, filosofias e culturas.
O livro não enganava. O autor, honestamente, apresentava aqueles caminhos como alternativas e em nenhum momento garantiu que a leitura do livro faria alguém feliz. Então, saltou-me a pergunta: se dentro do livro ele deixou claro que não queria enganar ninguém e apenas mostrava propostas de como ser feliz, por que na capa aquele título enganoso que garantia felicidade para sempre?
Caímos no marketing e nas suas falácias. Nem sempre o que está na vitrina é o que depois é vendido no balcão; nem sempre o que está na capa é o que está no livro. Nem sempre encontramos as ofertas a preços baixíssimos, porque, assim que chegamos, dizem que já foram vendidas. Mas, como fizemos uma visita e era isso o que queriam talvez compremos uma outra coisa. Nem sempre a moça de sorriso maravilhoso é quem tem as melhores maçãs para vender. Às vezes as aparências enganam e o marketing também.
Aquele livro valeu pelo miolo, mas a casca mentia. As editoras fazem conosco o que a mãe faz com a criança que não gosta de se alimentar: inventa um aviãozinho!
Aqui e acolá alguns livros são realmente bons, embora o título seja mentiroso, mas há os outros de título maravilhoso e miolo intragável.
Escrever anda fácil; ler é que está cada dia mais difícil!
Crentes ciumentos
Impressiona-me o número dos crentes ciumentos que tomaram conta de nossas igrejas nos últimos anos. Crente é aquele que afirma crer em Deus e, no caso dos cristãos, aceitar Jesus como seu Senhor. Causa tristeza ver como se dissemina rapidamente entre crentes católicos e pentecostais essa atitude de filhos ciumentos. Os e-mails que recebo, as cartas que chegam às nossas redações, os telefonemas e as pregações nos púlpitos, no rádio e na televisão não deixam margem a dúvidas. Voltou o episódio de Josué de Nun diante de Moisés por causa de Eldad e Meldad (Nm 11, 25 - 29) que quis calar a boca de quem não era do seu grupo e de João que também mandou calar alguém que expulsava demônios e não era do seu grupo (Mc 9, 38).
Há pentecostais, messiânicos, católicos e evangélicos proibindo seus fiéis de se encontrarem com gente de outra igreja, de dialogar, de cantar juntos e de elogiar o que há de bonito nos outros. Apossaram-se da verdade, do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ninguém mais deve falar em nome deles. Eles, sim! Seus livros, seus cantos, seus cultos, seus pregadores, suas mensagens são de Deus. As dos outros são de satanás. Chega-se ao extremo de um pastor desinfetar uma igreja e voltar a consagrá-la porque lá se cantou uma canção de um católico. Não ficam atrás alguns evangélicos e católicos que se negam a subir no palco com gente de outra igreja. Quando sobem, não se cumprimentam nem se confraternizam. Não têm o que dizer um ao outro. Deus já lhes disse tudo! O que teriam a aprender com os outros? Elogiar o quê? Por que? E se alguém canta junto com alguém de outra igreja é duramente repreendido! Que tipo de cristianismo é esse?
Moisés mandou matar quem cometera idolatria e Isaías mandou matar os padres de Baal que ele derrotara. Muita gente foi morta por crer diferente. Mas Jesus elogiou o centurião romano, a mulher de Canaan, dialogou com a mulher samaritana, Paulo foi ao Areópago e não chutou nenhuma imagem. Antes, elogiou a fé daqueles homens, mesmo discordando deles. E então, respeitoso, falou do Deus único! Mais ainda: Jesus disse que tinha ovelhas que não eram do seu rebanho, e criticou o ciúme religioso dos fariseus, condenando, em parábola um levita e um sacerdote hebreus insensíveis e elogiando um samaritano. Elogiou em parábola um publicano e condenou um fariseu que pagava dízimo e se declarava mais religioso do que o outro. O mesmo Jesus mandou amar os inimigos e fazer o bem aos que nos odeiam. Deixou claro que Deus é pai de todos.
Como explicar, então, o comportamento desses pregadores e cantores que se negam a cantar juntos, orar juntos e juntos ajudar os pobres? De onde esta convicção de que Deus está com eles e eles são os mais santos? Que Bíblia leu aquela pobre jovem cantora que mostrou tristeza por ver suas canção cantada diante de uma rodela de trigo? Onde estava aquele pregador que chutou uma imagem de Maria, para dizer que aquilo era um ídolo, esquecido de que Deus mandou fazer imagens de querubins e até uma serpente de bronze? Na parábola do filho pródigo há três histórias: a do pai que perdoa e acolhe, a do filho que vai embora, perde-se e volta arrependido, e a do irmão ferido de ciúmes, porque o pai acolheu o seu irmão pecador sem tê-lo consultado! Será que ele teria dito que sim?
Josué teve ciúmes achando que só seu grupo poderia profetizar, João teve ciúmes achando que só os do grupinho fechado poderiam agir no nome de Jesus; o filho bonzinho da parábola que está em Lc 15, 11 achava que só ele tinha direito. O outro não podia ser bem tratado daquele jeito!
Há cristãos ciumentos, achando que só eles podem cantar, pregar e falar de Deus e que, o que Deus inspira aos outros é lixo. As inspirações de Deus só caem na cabeça deles. Quem ousa elogiar irmãos de outras religiões é malvisto, caluniado e mal falado. Não conseguem entender que, por melhor que seja o seu buquê de rosas, o buquê do outro também é de flores. Não é tudo igual, mas nem por isso temos o direito de dizer que a flor do outro fede só porque a nossa cheira bem!
Quem nunca leu sobre o montanismo, leia! Está em curso um neo-montanismo, a crescer como tiririca em muitas igrejas cristãs, inclusive entre nós, católicos. Eles acham que Deus só fala com eles. Há centenas de Montanos e Priscas, Novacianos, Cátaros e Donatistas. Esses donos da verdade cristã daquele tempo depuseram bispos, enfrentaram papas, enviaram gente para a prisão, alojaram-se em palácios jogando o imperador até contra o papa, criaram grupos à parte que não ouviam a ninguém de fora, nem ao papa. Do papa só usavam o que interessava. Só ouviam a Deus e aos seus chefes. Deus estava com eles, a verdade estava com eles e os outros que se convertessem ao seu grupo! Não podiam recuar porque Deus lhes revelara a verdade mais verdadeira! Hoje vejo camisetas de cristãos que se dizem convertidos com frases do tipo: Sou de Cristo, os incomodados que se convertam! Não adoro ídolos de barro! Chega a ser cruel. É provocar para a guerra. Não vai acabar bem!
Nem é preciso dizer da violência que eles criaram e das pessoas que conseguiram silenciar nos lugares onde chegaram ao poder. Quem discordasse deles era contra Deus, porque Deus falava só por meio deles. Riam dos outros, falavam contra, jogavam indiretas e atiçavam seus fiéis e fãs contra os outros.
O estudo da História da Religião faz falta. Quem não estudou está repetindo o mesmo comportamento desses hereges, já condenados pela Igreja. Não querem diálogo e condenam quem dialoga com crentes de outros grupos. Não leram a Ut Unum Sint, nem a Orientale Lúmen mas gostam de citar as outras encíclicas do passado que eram duras contra outras religiões. Omitem João Paulo II e Paulo VI e os diálogos que empreenderam e pedem que conduzamos com irmãos de outra fé. Se lessem o número 17 da Orientale Lúmen corariam de vergonha. Lá o papa diz que entre os pecados que exigem maior empenho de conversão devem ser incluídos os que prejudicaram a unidade dos cristãos. A culpa foi dos dois lados. Mas diz o papa que este pecado é gravíssimo. E pede maior empenho, mais encontros e mais diálogo.
Os rebeldes são eles que não dialogam nem chegam perto de outros irmãos e dão um jeito de acusar de traidor o irmão que dialoga com eles. Acham logo um defeito na fala de quem tenta ouvir o outro. Dizem os desobedientes somos nós. Bispos, papas e teólogos se encontram com irmãos de outras igrejas e outros cultos para dialogar, mas eles não aceitam. Somos chamados de irenistas, relativistas. Não vale nada do que já fizemos para acentuar a fé católica, porque ousamos dizer que a flor do outro também é flor, esmiúçam tudo até provar que dissemos que é tudo igual. Mães não são iguais, e flores não são iguais.
Mas mães são mães e flores são flores, mesmo que digamos que não são!
Eu digo que é ciúme. Não admitem que Deus tem rahamin, muitos colos e que Deus ama e ilumina outros filhos. Agem como o sujeito que não aproxima a sua vela de um outro, por medo de, com isso, sua vela perca o brilho ou deixe de ser a única a iluminar o salão! Só porque a nossa lanterna ilumina outra, ou, junto com a lanterna de outros iluminamos o mesmo lugar, a nossa lanterna não diminui seu brilho. Não é porque elogio a mãe do outro que a minha diminui. Antes, cresce por ter criado um filho bem educado!
Que devemos mostrar a nossa fé e se preciso, mostrar onde não concordamos com outras religiões, parece óbvio. Que não temos o direito de ridicularizar a religião dos outros, nem pisar nos livros e nos candelabros e altares deles, também parece óbvio. Temos que aprender a discordar sem viver em discórdia e a caminhar juntos naquilo em que estamos de acordo. Purificar uma igreja porque alguém cantou lá um canto católico já é loucura. Condenar um grupo católico porque canta uma canção dos evangélicos, que em nada contradiz a nossa doutrina é loucura. Por causa desse tipo de pregadores muitas cidades já foram à guerra há alguns séculos atrás. O perigo é voltar a isso, por causa desses irmãos que não admitem que são irmãos de quem não cospe, nem ora, nem canta como eles! Quero que saibam que acho minha mãe a melhor das mães. Mas quero que saibam que acho que a mãe do outro também é uma boa mãe. Se isso for errado, as encíclicas sobre o diálogo religioso estão erradas. Elas mandam respeitar os valores dos outros enquanto afirmamos os nossos!
Pe. Zezinho, scj
# escrito por Kodai : 12/27/2007 08:30:00 AM
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Para escutar música na internet...
Um sítio muito bom é o Palco MP3:
# escrito por Kodai : 12/27/2007 08:19:00 AM
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Cadeira de rodas vertical
Cadeira de rodas vertical
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|  Uma esperança sobre rodas para quem não pode se locomover sozinho coemça a ser testada desde junho de 2003. A alta tecnologia chega às cadeiras de rodas. numa experiência pioneira do Hospital Sarah de Brasília. A idéia era botar a pessoa de pé, essa era a idéia original. "A pessoa andar em pé, se movimentar em pé. Existem cadeiras que são verticalizáveis, que a pessoa fica em pé. Mas é uma cadeira de rodas convencional, que quando a pessoa fica de pé apoia lá na frente e não anda mais. Para andar tem que sentar", explica o arquiteto Cláudio Duarte. Os técnicos que trabalharam no projeto foram aperfeiçoando as cadeiras ao pouco. Um dos primeiros a usá-la foi Herbert Vianna. Mas o Hospital Sarah é muito cauteloso. Ainda não se sabe bem o que pode acontecer com os voluntários. Há casos em que o comportamento dos ossos muda depois de uma lesão medular. Por isso, antes de aprovar a cadeira, há muita pesquisa pela frente. A Rede SARAH de Hospitais de Reabilitação é constituída por seis unidades hospitalares localizadas em Brasília (DF), Salvador (BA), São Luís (MA), Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE) e Rio de Janeiro (RJ). A cadeira ortomóvel é fabricada em titânio e alumínio e poderá representar para o paraplégico a recuperação da posição vertical, devolvendo-lhe a capacidade de executar no dia a dia uma série de tarefas impossíveis a quem permanece o tempo todo sentado. A cadeira ortomóvel pode ser usada na posição tradicional ou na vertical. O paciente se locomove movimentando as rodas laterais com as mãos, tanto sentado como em pé. O projeto deverá se estender por mais um ano, com os usuários se submetendo mensalmente a exames de tomografia computadorizada em 3D, para verificação das reações dos ossos, musculatura e articulações (quadril, joelhos e tornozelos) "temos que entender o que acontece com a organização do osso. O paraplégico fica com ausência de sensibilidade e sem o controle nervoso central sobre a parte inferior do corpo. Com as novas solicitações mecânicas que a posição vertical passou a oferecer, os ossos voltam a ter estímulo e estão reagindo e se reforçando",?I>, explica Campos Da Paz, diretor da rede Sarah. A equipe do Sarah escolheu três pacientes com lesões, tônus muscular e tipos físicos diferentes exatamente para ter um quadro o mais amplo possível dos efeitos da cadeira no organismo dos usuários e descobrir quem terá condições físicas de usar o novo equipamento "Nem todo deficiente poderá usar essa cadeira. Os tretaplégicos, por exemplo, não tem força nos braços para movê-la, embora ela seja extremamente leve", afirma Lúcia Villadino, a segundo em comando no Sarah. "A verdade é que só vamos saber quem são os usuários ideais para a cadeira ortomóvel depois de mais de um ano de estudos e testes", completa. No caso dos tetraplégicos, de acordo com ela, teria de ser desenvolvida uma cadeira elétrica, mas isso é projeto para o futuro. Neuropsicóloga, Lúcia destaca como primeiro ganho no uso da cadeira a retormada da auto-estima por parte dos pacientes. " A felicidade que eles mostram na primeira vez em que ficam e andam de pé é emocionante", afirma. Os protótipos foram construídos nas oficinas do Equiphos, a empresa de equipamentos hospitalares do sarah que conta com 110 funcionários, sendo seis designers. A patente PI0105828-2 refere-se a um "DISPOSITIVO PARA LOCOMOÇÃO DE DEFICIENTES FÍSICOS". Compreendendo um chassi montado sobre um par de rodas traseiras e um par de rodas dianteiras, de giro louco; uma armação de assento anteriormente articulada ao chassi, de modo a ser deslocável entre uma primeira posição, substancialmente horizontal e uma segunda posição, elevada e acentuadamente inclinada para baixo e para frente; uma armação de encosto articulada, inferiormente, a uma porção posterior da armação de assento e ao chassi , de modo a ser deslocada entre uma primeira posição, substancialmente ortogonal à armação de assento e uma segunda posição substancialmente coplanar àquele; um meio impulsor operativamente acoplado ao chassi e à armação de assento, de modo a prover o deslocamento seletivo dessa última entre a primeira e a segunda posição; um meio de trava de movimento, montado ao chassi para permitir o travamento seletivo das rodas traseiras; e um meio de trava de posição montado ao chassi e operativamente associado à armação de assento, para mantê-la em qualquer posição operacional entre a primeira posição e a segunda posição.  Originária da atuação da Fundação das Pioneiras Sociais em Brasília, a Rede Sarah de Hospitais do Aparelho Locomotor surgiu em 1974 como resposta à demanda por uma estrutura especializada no tratamento de enfermidades do aparelho locomotor, sendo concebida como um subsistema de saúde de alcance nacional cujo centro de referência se localizaria em Brasília. O embrião deste subsistema, segundo seus preceptores - entre eles o cirurgião Aloysio Campos da Paz Júnior e o arquiteto João Filgueiras Lima - seria inicialmente o Centro de Reabilitação Sarah Kubitschek, construído em 1960 pela Fundação e que indesejadamente se afastava cada vez mais de sua proposta inicial, transformando-se gradualmente em um hospital ortopédico. Assim se deu a construção do Hospital do Aparelho Locomotor de Brasília, concluída em 1980, no qual já eram aplicados os conceitos que norteiam até hoje o funcionamento da rede, e que continuam a fazer dela um exemplo bem sucedido de serviço de saúde, tanto do ponto de vista arquitetônico quanto do terapêutico ou de gestão. O profissional de saúde trabalha em regime de dedicação exclusiva. Não há serviços terceirizados. "É possível que a Rede Sarah seja o que é porque as coisas são simples: a fonte de recursos é uma só, o emprego é um só e a porta dos pacientes também é uma só. As pessoas que trabalham no Sarah gostam da profissão e gostam de receber pacientes", afirma Campos da Paz. Sarah Kubitschek foi casada com Juscelino Kubitschek durante 46 anos. Nascida em Belo Horizonte, filha do deputado Jayme Gomes de Souza Lemos e de Dona Luísa Negrão Lemos, casou-se em 31 de dezembro de 1930. A partir daí, sua vida se confunde com a carreira política de seu ilustre marido, que ocupou vários cargos na administração pública: chefe do gabinete civil do governo de Minas Gerais; deputado federal; prefeito de Belo Horizonte; novamente deputado federal; governador de Minas Gerais; Presidente da República e finalmente senador pelo Estado de Goiás. A brilhante carreira de JK levou-a a uma vida também de lutas e restrições. Dona Sarah é fundadora da Organização das Pioneiras Sociais, que realizou notável obra de assistencialismo em Minas, incluindo fundação de escolas, creches e distribuição de roupas, alimentos, cadeiras de rodas e aparelhos mecânicos para deficientes físicos. A Associação das Pioneiras Sociais (APS) - entidade de serviço social autônomo, de direito privado e sem fins lucrativos - é a Instituição gestora da Rede SARAH de Hospitais do Aparelho Locomotor. A Associação, criada pela Lei nº 8.246, de 22 de outubro de 1991, tem como objetivo retornar o imposto pago por qualquer cidadão, prestando-lhe assistência médica qualificada e gratuita, formando e qualificando profissionais de saúde, desenvolvendo pesquisa científica e gerando tecnologia. O caráter autônomo da gestão desse serviço público de saúde faz da Associação a primeira Instituição pública não-estatal brasileira.Os recursos financeiros que mantêm todas as unidades da Rede SARAH provêm exclusivamente do Orçamento da União, em rubrica específica para manutenção do Contrato de Gestão. A Rede SARAH não recebe recursos advindos do número e da complexidade dos serviços prestados, à semelhança do que ocorre com instituições de saúde subordinadas ao SUS. Fonte: http://abav.free.fr/ponto/5/sarah.html http://www.jornalbrexo.com.br/entrev01.htm http://fantastico.globo.com/Fantastico/0,19125,TFA0-2142-5647-80623,00.html http://geocities.yahoo.com.br/katherine3393/Marcia.html http://www.sarah.br http://www.terra.com.br/istoe/1719/medicina/1719_tratamento_no_automatico.htm acesso em setembro de 2003 Revista Isto é, n.1779 de 05.11.2003 "Na vertical" de Eduardo Hollanda http://www.terra.com.br/istoe/1779/medicina/1779_na_vertical.htm acesso em dezembro de 2003 envie seus comentários para abrantes@inpi.gov.br. Esta página não é uma publicação oficial da UNICAMP, seu conteúdo não foi examinado e/ou editado por esta instituição. A responsabilidade por seu conteúdo é exclusivamente do autor. Impressionante como isso não é mais divulgado.... Seria uma verdadeira revolução para todos os deficientes, já que passariam a poder se locomover de pé, estando de igual para igual com qualquer outra pessoa, olhando no olho e sendo olhada no olho e não de cima para baixo... Todo apoio a esse projeto e às iniciativas semelhantes. E que se divulgue mais... |
# escrito por Kodai : 12/27/2007 02:58:00 AM
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Padre Zezinho
Sempre artigos para nos fazer refletir...
Não conhecia muito do padre Zezinho, a não ser algumas músicas. Porém, seus artigos me fizeram ser seu admirador.Gostaria que houvesse mais "Padres Zezinhos" por aí...
Alguns textos:
26/11/2007ACUSADO, JULGADO E CONDENADO Foi em Brasília, no Aeroporto. Crente fanatizado viu-me na rua com o crucifixo que habitualmente levo no peito e foi direto: -Você sabia que Jesus está vivo? Então porque você o carrega morto? Crucifixo é idolatria, isso aí não salva, aceite Jesus. Olhei-o com calma bem nos olhos e lhe disse: Cuidado para você não ir para o inferno antes de mim, porque eu não sou idólatra e você está me agredindo e caluniando, pré julgando, julgando e condenando, e todos esses pecados, levam para o inferno. Leia Mateus 7,1-5 E prossegui -De nós dois você é o maior candidato ao inferno, porque eu estava quieto aqui no meu canto, dizendo por meu sinal que sou grato a Jesus por Ele ter morrido por mim, e você, achando-se melhor do que eu, veio me agredir e provocar. O cristão sou eu e o vaidoso e fanático é você neste momento. Quem ainda não entendeu Jesus é você. Ele respeitava os outros e você não respeita e ainda por cima julga quem leva no peito o sinal do seu martírio.. Desconcertado ele me olhou, não disse mais nada e foi embora. Quem estava do meu lado riu, mas eu não achei muita graça. Com que direito uma pessoa se aproxima de você num banco de aeroporto, para chamá-lo de idólatra e agredi-lo só porque você carrega um sinal de Cristo no peito! Tremo ao pensar que gente com as idéias dele possa um dia assumir o governo do meu país!  Voltar |
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12/10/2007
REALISTAS E IDEALISTAS O realista se proclama alguém capaz de administrar os fatos como eles são e não como poderiam ou deveriam ser. O idealista acha que as coisas podem voltar a ser o que eram, ou vir a ser o que poderiam ser. Um e outro têm os seus limites. O realista pode acabar fazendo mais concessões do que deveria fazer e o idealista pode não perceber que seu tempo passou, ou não virá nunca, pelo menos não daquele jeito.
Nem todo o idealista é um inconformado e nem todo o realista é um conformado. Não são adjetivos que devam andar juntos. Pode-se ser idealista e, ao mesmo tempo conformar-se com alguns fatos e situações, por questão de convivência. Se não fizer isso, a pessoa pode acabar na intolerância e na ditadura. Pode-se ser realista e administrar agora, por enquanto uma situação incomoda, até que se possa por em prática o sonho que teve que esperar. Políticos, e religiosos que sonham algo para seu povo podem assumir uma das duas posturas. Não fazer nenhuma concessão, fazer concessões demais. Quando achamos que as coisas têm que ser como as sonhamos, corremos o risco de nos acharmos maiores do que o nosso sonho. Quando tudo tem de acontecer como sonhamos, então o que conta não é o projeto, mas nossa vontade e a nossa vitória. Arquiteto que não faz mudanças nos alicerces do seu projeto quando o terreno se revelou mais insidioso do que parecia corre o risco de não terminar o que projetou. Piloto que não corrige ou não muda substancialmente a rota, quando a tempestade se revelou mais forte do que se supunha pode por em perigo as vidas que tem sob sua responsabilidade.
Há idealistas que se gabam de não fazer concessões, Parecem puros , mas não são.. Traçaram a rota e fiam fiéis a ela, aconteça o que acontecer. Parece bonito e heróico, mas é irresponsável. Imagine o piloto que descobre que pode cair no olho de um furacão e espera que o furacão saia do seu caminho ao invés de ele sair do caminho do furacão. Os dois estão de vento varrido, mas o idealista puro que nunca faz concessões é o mais perigoso. Todo mundo já sabe o que o furacão pode causar. Furacões nunca são bonitos e simpáticos. Certos idealistas radicais encantam. Até o dia em que rompem conosco, porque não foi possível fazer as coisas como eles queriam. Em nome do princípio da fidelidade a si mesmos e aos seus projetos são capazes de romper amizades de muitos anos. Não conseguem ser amigos de quem não fez o que eles queriam que fosse feito. Postes não se dobram e não se vergam. É por isso que são postes. Árvores choram, balançam, curvam-se e perdem os frutos, mas se renovam. É por isso que são árvores.

22/05/2006
BÍBLIA: USE MAS NÃO ABUSE
Sua bíblia é um belo e fortíssimo livro. Já transformou a vida de muita gente. Já fez muita gente santa. Já mostrou a milhões Deus e já levou a Deus milhões de fiéis.
Como você provavelmente não sabe aramaico, hebraico, grego ou latim, depende de tradutores. Se não estudou exegese, depende dos pregadores. Se o seu pregador for pessoa inteligente mas fechado e sectário, você vai ler a bíblia guiada pela cabeça dele. Se ele for pessoa serena, coração e mentes abertos, pessoa de diálogo, culto, sua bíblia será um livro santo útil para dialogar de irmão para irmão.
Há quem use a bíblia com respeito, com diálogo, com humildade, como quem aprende e ouve os outros. Há quem a use como se fosse um porrete. Tudo é a seu favor e o que ele puder usar para diminuir ou agredir outras religiões, ele decora e aproveita. Usa-a com maldade no coração, pensando em encher as suas Igrejas.
Você, escolha! Vai usar as passagens que lhe interessa usar a favor da sua Igreja e contra a dos outros, ou vai saber pensar e interpretar diferente sem se achar melhor, mais santo e mais eleito que os outros? Ficou mais humilde ao ler a sua bíblia, ou agora, se acha o certo, o santo, a santa convertida, o máximo dos máximos?
É um excelente livro, mas nem sempre é bem lido e bem usado. Nas mãos de alguns pregadores obcecados e instáveis parece um porrete. Que não seja o seu caso!

16/12/2007
SEM ADVENTO E SEM NATAL
Sem Advento e sem Natal não dá! A espera, o nascimento e a vida regem o mundo. Até mesmo a espera pela morte enriquece uma vida. O mundo aboliu estas expectativas. Deixou-se levar pela pressa de enriquecer, de chegar lá, de gerar, de abortar e de matar. As estatísticas de separações, de nascimentos, de crimes e assassinatos e de abortos são claras. Apressa-se o lucro com assaltos ou juros extorsivos e preços abusivos, a concepção com sexo precoce, o casamento com uniões precoces, o divórcio com decisões precoces, o aborto e outras mortes com imediatismos que vão desde a droga ao crime premeditado. Decisões gravíssimas que desempregam milhares de pessoas são tomadas sem o devido debate ou diálogo. O mundo tem pressa e não pode esperar. E não esqueçamos as guerras declaradas em duas semanas que depois levam anos para terminar, com negociações tensas e cheias de vai-e-vens.
Ainda agora andam propondo no Brasil o aborto até mesmo aos nove meses, porque, para muitos, se ainda não foi parido não é nem bebê nem gente. Querem o aborto agora, já! Tentam excluir do debate os representantes da Igreja que já se sabe ser contra! Não apenas os fetos são vistos como carne a ser extraída. Milhões de cidadãos jamais são vistos como gente. A Era da Fraternidade ainda não chegou naquelas esquinas e mesas do país.
Os católicos celebram durante semanas esse dia em que Jesus voltará para nos encontrar mais fraternos e mais defensores da vida. A evangelização em todos os tempos teve tudo a ver com isso. Os missionários rodaram e rodam o mundo, supostamente para ensinar esta fraternidade e avisar que quem veio e voltará um dia. A esta segunda vinda se deu o nome de segundo advento. Há igrejas que até adotaram este nome: adventistas!
Por crermos em Jesus, celebramos o dia futuro em que a humanidade terá amadurecido o suficiente para presenciar aquele magno evento, quando os que já estarão no céu e os que ainda estiverem na terra se reunirão para o juízo final. Se você é capaz de crer nisso celebre o advento, enquanto conta os dias para o Natal. Os textos tratam desse dogma. Se tem dificuldade de crer que Jesus é o Filho de Deus, celebre a esperança do seu jeito.
No advento celebramos o dia no qual o mundo não terá mais fome, nem sede, nem haverá meninos ou marmanjos assaltantes que nos roubam o celular na frente de todos e nos quebram o nariz diante de um povo que não reage; nem uma menina de 15 anos será jogada numa cela com 20 homens, por incúria de algum juiz. Nem haverá leis que permitam aos pais extrair o filho concebido, mesmo que se chame apenas embrião ou feto. O mundo terá descoberto a justiça e os direitos humanos. Naquele dia a mega e a micro-corrupção terão passado de moda e você não terá que se cadastrar num hipermercado para pagar algum produto, porque o mundo saberá respeitar quem compra. Não temos que dizer o quanto ganhamos em qualquer esquina ou em qualquer balcão de supermercado.
Não merecemos ser julgados com antecedência até na hora de pagar um produto. Ninguém mais confia em ninguém. Esses dias alguém não me vendeu a pequena máquina que eu comprava enquanto eu não me cadastrei. Eu estava confiando no produto deles, ma eles duvidavam do meu dinheiro. Era o caso de perguntar quem precisa mais de quem:o vendedor do comprador ou o comprador do vendedor? Neguei-me a dizer o quanto ganho por mês. A impressão era a de que me viam como assaltante de banco. Escrevi mais de 80 livros, falo todos os dias a mais de 15 milhões de pessoas, atuo por alguns minutos em mais de 200 emissoras, falo a milhares de pessoas em praças e estádios e trabalho há mais de 45 anos com a formação de um povo que pensa. Mas queriam que me cadastrasse e dissesse de onde tirei aquele dinheiro que era pouco mais de um salário mínimo. E eu estava bem vestido! Imagino o que não fariam com um mendigo.
Confiar no outro e esperar coisas boas dele ainda é um verbo essencial. Sem esperança não se faz nem uma boa igreja e nem uma nação mais justa! Não é à toa que o catecismo nos ensina a prática permanente dessas três virtudes: a esperança, a fé e a caridade. Intencionalmente foram os temas das três primeiras encíclicas de Bento XVI. Se ainda na leram, leiam Spe Salvi. ( Spe salvi facti sumus: Somos salvos pela esperança.) Foi lá que colhi estas idéias. O mundo parece não esperar mais nada de ninguém mais! De tantas garantias que exige perdeu a virtude que faz o mundo conviver: a confiança!

# escrito por Kodai : 12/27/2007 02:13:00 AM
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Sobre o Natal....
Papai Noel ou Menino Jesus?
Adital - Devido à minha barba longa e aos cabelos brancos, muitas crianças me vêem e me chamam de Papai Noel. Eu lhes explico, sem convencê-las, que sou apenas o irmão do Papai Noel. E que minha função é olhar pelas crianças, observar se elas estudam direitinho, se tratam bem os coleguinhas e se escutam os bons conselhos de seus pais. Digo-lhes que depois conto tudo ao Papai Noel que, então no Natal, vai lhes trazer belos presentes. Num dia desses, uma me seguiu curiosa. Quando me viu entrar no carro correu para o pai e lhe disse:"Pai, o Papai Noel não veio de trenó; ele veio de carro".
Esse é um tipo de Natal com seu respectivo imaginário. Papai Noel é uma figura do mercado. Ele é o bom velhinho que trata de seduzir as crianças para que seus pais lhes comprem presentes. A memória de que ele representa São Nicolau que também trazia presentes desapareceu para dar lugar à figura infantilizada do bom velhinho que tira do saco surpresas que antes foram compradas e postas lá dentro.Como em todas as casas há televisão - pode faltar o pão, mas, nunca a televisão - as crianças pobres vêem o Papai Noel e sonham com o mundo encantado que ele mostra, cheio de presentes, carrinhos, bonecas e brinquedos eletrônicos a que elas dificilmente terão acesso. E sofrem com isso apesar de manter o brilho encantado de seus olhinhos infantis. O mercado é o novo deus que exige submetimento de todos. Dai que as crianças pressionam seus pais para que Papai Noel também passe lá por "casa". Então são os pais que sofrem por não poderem atender ao filhos, seduzidos por tantos objetos-fetiche mostrados pelo Papai Noel.
O mercado é uma das maiores criações sociais. Mas houve e há muitos tipos de mercado. O nosso, de corte capitalista, é terrivelmente excludente e por isso vitimizador de pessoas e de empresas. Ele é apenas concorrencial e nada solidário. Só conta quem produz e consome. Quem é pobre deve se contentar com migalhas ou apenas viver na marginalidade. No tempo de Natal, o Papai Noel é uma figura central do consumo para quem está dentro do sistema e pode pagar.
Diferente é o Natal do Menino Jesus. Ele nasceu de uma família pobre e honrada. Por ocasião de seu nascimento numa gruta, entre animais, anjos cantaram no céu; pastores ficaram imobilizados de emoção e até sábios vieram de longe para saudá-lo. Quando grande, fez-se exímio contador de histórias e pregador ambulante com uma mensagem de total inclusão de todos, começando pelos pobres a quem chamou de bem-aventurados. As pessoas que guardam sua memória sagrada, na noite de Natal, ouvem a história de como nasceu, celebram a presença humanitária de Deus que assumiu a forma de uma criança. Festejam a ceia com a família e os amigos. Aqui não há mercado nem excluídos. Mas luz, alegria e confraternização. A troca de presentes simboliza o maior presente que Deus nos deu: Ele mesmo na forma de um infante. Ele nos alimenta a esperança de que podemos viver sem o Papai Noel que nos vende ilusões.
Dom Pedro Casaldáliga diante de um indiozinho recém-nascido escreveu: "Não vi a tal da estrela, mas vi um Deus muito pobre. Maria estava desperta, desperta estava a noite. E estava sobressaltado para sempre o rei Herodes". O rei Herodes não é mais uma pessoa, mas um sistema que continua devorando pessoas no altar do consumo solitário.
* Teólogo e professor emérito de ética da UERJ
Quatro histórias de Natal
Adital - I
Em Belém, Caleb atende à porta. Ao ver quem bate, fecha-a de imediato, enquanto o visitante insiste aos murros, como se quisesse derrubar a parede.
A mulher, Cozbi, indaga quem é. "Meu irmão". "O José?", pergunta ela. "Sim, teve o descaramento de engravidar uma jovem de Nazaré sem nem terem se casado, como manda a nossa lei. Agora vem com a buxuda pedir abrigo em nossa casa. Como hei de acolher quem viola os preceitos ditados por Javé a Moisés? Eles que procurem outra freguesia".
II
Eleazar realizou, enfim, seu velho sonho: um pequeno sítio nas proximidades de Belém. No pasto, misturou vacas, cabras e cordeiros. Montou um cocho de madeira e armou, em torno, um toldo de bambu coberto com folhas de palmeira.
De madrugada, Efraim, pastor contratado pelo dono da terra, bate forte pelo lado de fora da janela. O patrão, sonolento, parece receber como pesadelo a notícia: "Invadiram suas terras, meu senhor. Tem um casal acampado lá na estrebaria. Escutei um choro miúdo. Parece que a mulher deu à luz um menino."
"Avise a guarda. Ao despontar do sol cuidaremos de tirá-los de lá", resmunga Eleazar interessado em retomar o sono.
Dia seguinte, o Diário de Belém dá em manchete: "Família sem-teto e sem-terra invade propriedade rural na periferia da cidade". No corpo da notícia: "Moça de Nazaré, engravidada por carpinteiro, teve parto em pleno pasto. A criança é do sexo masculino".
III
Guiadas pela estrela de Davi, as três rainhas magas, Ada, Míriam e Sela, chegam à manjedoura. Após louvarem a Javé, aquecem um caldo de galinha para Maria, alimentam José com pães ázimos recheados com grão-de-bico, lavam as fraldas do bebê, varrem o estábulo. Ao buscar água na fonte, comentam entre si: "O menino em nada se parece com o pai..."
IV
A notícia do nascimento do menino não tarda a chegar ao palácio de Herodes, em Jerusalém. Ele fica alarmado; afinal, é o rei dos judeus, malgrado o sangue árabe que corre em suas veias. Sabe, porém, que tem os dias contados, carcomido pelo cancro. A proximidade da morte o aterroriza tanto quanto os agouros que lhe ameaçam o trono.
Pede a Corinto, comandante da guarda, convocar reunião em palácio dos chefes dos sacerdotes e dos doutores da lei, os escribas.
O convite trazido por Corinto deixa Anás excitado. No íntimo, considera-se o verdadeiro rei da Palestina. Comparece em companhia de duas dezenas de membros do sinédrio - o conselho supremo do poder judaico, integrado por 71 notáveis, e do qual ele, na condição de sumo sacerdote, é o presidente.
Herodes é introduzido no salão a bordo de uma liteira de marfim sustentada por quatro escravos. Anás mal consegue controlar sua curiosidade por conhecer o motivo de tão inesperada convocação. O rei quer saber dos sinedritas onde e quando deve nascer o Messias que tanto aguardam. Gamaliel cofia sua barba em leque e diz: "Nascerá em Belém, na Judéia, pois está dito pelo profeta Miquéias - E tu, Belém, de modo algum és a menor entre as cidades de Judá, pois de ti sairá para mim aquele que deve guiar Israel. Quando isso ocorrerá - escusa-se o doutor da lei -, não está ao alcance do nosso saber."
Herodes não admite que a sua soberania seja desafiada por rumores em torno de um menino-messias. Ordena que a guarda de operações especiais, comandada pelo espadaúdo Tirano, dirija-se a Belém e passe ao fio da espada todas as crianças do sexo masculino com menos de dois anos de idade.
Ao amanhecer, as tropas herodianas ocupam Belém. Os batedores vão de casa em casa. Ordenam que todos os meninos de colo, e aqueles que ainda não caminham com firmeza, sejam trazidos à rua por suas mães. As outras mulheres devem permanecer trancadas em casa, com portas e janelas fechadas, em companhia de homens e crianças.
Toda a gente de Belém pressente que, desta vez, Azrael, o anjo exterminador, voltou-se contra ela. As mães ficam separadas dos filhos que, nus, são deitados lado a lado ao longo das ruas. Os bebês choram um choro de abandono, insistente, como se um presságio os movesse a sugar com avidez o ar que, em breve, já não poderão respirar. De rostos virados para as paredes das casas e dos muros, e vigiadas por soldados, as mães riscam as pedras com as unhas e lavam o musgo com as lágrimas.
Após observar cada criança à procura de algum traço messiânico, Tirano dá o sinal para a degola. O carrasco agacha-se, puxa a cabeça da vítima para esticar o pescoço, ergue o cutelo e, num golpe, separa o crânio do corpo. Algumas mães, desesperadas, ousam voltar-se na direção dos filhos; são silenciadas pela lâmina do punhal que lhes traspassa o coração. Tirano passa ao fio de sua própria espada as mulheres que furam o cerco das sentinelas e se abraçam aos filhos como se quisessem fazê-los retornar ao útero.
Desde essa trágica manhã em Belém, os poderosos cruéis tornaram-se conhecidos como tiranos.
[Autor da biografia de Jesus "Entre todos os homens" (Ática), entre outros livros].
* Frei dominicano. Escritor.
| LISTA DE NATAL |
| Por Frei Betto Neste Natal, não quero o Papai Noel das promoções comerciais, das ceias pantagruélicas, dos presentes caros embrulhados em afetos raros. Quero o Menino Jesus nascido no coração manjedoura, esperança acesa num pasto de Belém, Maria a cantar que os abastados serão despedidos de mãos vazias e os pobres saciados de bens. Não quero o Papai Noel das lojas enfeitadas, do celofane brilhante das cestas de produtos importados, das garrafas em que os néscios afogam tristezas rotuladas de alegrias. Quero o Menino palestino em busca de uma terra onde nascer e viver, o Menino judeu arauto da paz na Terra aos homens e mulheres de boa vontade, o Menino poupado da estupidez das guerras. Neste Natal dispenso abraços protocolares e sorrisos sob medida, sentimentos retóricos e emoções que encobrem a aridez do coração. Quero o amor sem dor, a oração só louvor, a fé comungada no sabor de justiça. Não quero presentes dos ausentes, a litúrgica reverência às mercadorias, a romaria pagã aos templos consumistas dos shopping-centers. Quero o pão na boca da criança faminta, a paz que se alarga dos espíritos atribulados aos campos de batalha, o gozo de contemplar o Invisível. Neste Natal, não quero essa pavorosa troca de produtos entre mãos que não se abrem em solidariedade, compaixão e carinho despudorado. Quero o Menino solto no mais íntimo de mim mesmo, semeando ternura em todos os canteiros em que as pedras sufocam as flores. Não quero esse ruído urbano que esmaga a alma, os ouvidos aprisionados aos telefones, o olfato condenado por odores insalubres, a boca em cascatas de palavras inúteis, despidas de verdade e sentido. Quero o silêncio indevassável de meu próprio mistério, o canto harmônico da natureza, a mão que se estende para que o outro se erga, a fraternura dos amigos abençoados pela cumplicidade perene. Neste Natal, não me interessam as oscilações dos índices financeiros, as promessas viciadas dos políticos, os cartões impressos a granel, cheios de colorido e vazios de originalidade. Quero as evocações mais ternas: o cheiro do café coado de manhã por minha avó, o som do sino da matriz, o rádio Philco exalando sabonete Eucalol enquanto a babá me via brincar no quintal. Não quero as amarguras familiares que se guardam como poeira nas dobras da alma, as invejas que me alienam de mim mesmo, as ambições que me tornam tristes como as galinhas, que têm asas e não voam. Quero os joelhos dobrados no átrio da igreja, a cabeça curvada ao Transcendente, a perplexidade de José diante da gravidez inusitada de Maria. Neste Natal, não irei às ruas febris dos mercadores de bens finitos, nem disfarçarei em algodão a neve que se amontoa em meus dessentimentos ou prenderei falsas sinetas no frontispício de minha indiferença. Quero o segredar dos anjos, a alegria desdentada de um pobre reconhecido em seu direito, a euforia imaculada de um bebê acolhido em braços amados. Não viajarei para longe de mim mesmo, à procura de uma terra na qual eu próprio me sinta estrangeiro, falando um idioma cujo significado me escapa. Mergulharei no mais profundo de minha subjetividade, lá onde as palavras se calam e a voz de Deus se faz ouvir como apelo e desafio. Neste Natal, não entupirei o meu verão de castanhas e nozes, panetones e carnes gordas. Nem deixarei o que me resta de sensatez resvalar pelo gargalo de uma bebida destilada. Porei sobre a mesa Deus fatiado em pão, a entornar de vinho cálices alados, e convidarei à festa os famintos de bem-aventuranças. Não rezarei pela bíblia dos que professam o medo, nem acenderei velas aos guardiães do Inferno. Não serei o alpinista de cobiças desmedidas, nem o coveiro de utopias libertárias. Desfraldarei sobre o telhado a bandeira de sonhos inconfessos e semearei estrelas no jardim de meus encantos, lá onde cultivo essa doce paixão que me faz sofrer de saudades do que é terno. Neste Natal, farei de minhas gravatas uma imensa corda para enforcar o cinismo das convenções sociais e descerei um por um os degraus dos podres poderes, até ingressar nos subterrâneos repletos de luz dos servos da esperança. Não sonegarei sentimentos e encantos. Andarei nu pelas ruas para que todos vejam como o tempo enrugou delicadamente a minha pele, imprimiu flacidez a esses membros prenhes de história e cobriu-me de pêlos alvos como o frescor da velhice coerente. Não aceitarei os brindes de mãos que não se tocam, nem irei às ceias dos que se devoram. Não comerei do bolo que empanturra corações e mentes, nem deixarei que a aurora do Menino me surpreenda empanzinado de sono. Alimentado como um pássaro, sairei na noite feliz guiado pela estrela dos magos; dançarei aleluias entre as galáxias da Via Láctea e, pela manhã, em cada raio de sol injetarei poesia para que todos acordem inebriados como se fossem borboletas livres do casulo. Neste Natal, não direi adeus ao século que finda e ao milênio que se encerra, nos quais recebi a vida, a fé e mais perguntas que respostas. Pisarei cuidadoso entre mortos inocentes e alentos frustrados, e haverei de conferir no monitor eletrônico quantos foram os dissabores disseminados pela fera disfarçada de humano. De mãos dadas com o Menino, deixarei que as águas lavem o avesso de minha pele e, em seguida, caminharemos silentes rumo ao novo século e ao terceiro milênio. E eu estarei com os olhos fixos no Menino para que seu verbo se faça carne em meu coração de pedra, cuidando para que ele cresça despregado da cruz, exaltado pela vitória inelutável da Ressurreição. Frei Betto é escritor, autor de "A Obra do Artista uma visão holística do Universo" (Ática), entre outros livros.
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| Carta para o Papai Noel |
| O senhor vai me desculpar se lhe falo com liberdade, mesmo não tendo nenhuma familiaridade com o senhor. Para mim, o senhor é sempre um pouco estranho e até acaba me resultando algo antipático. Me desculpe, viu? Nos meus tempos de criança o senhor não era protagonista do Natal. Sabíamos mais ou menos que, nos países frios do norte da Europa, veneravam um tal de São Nicolau ou Santa Klaus, velho de barba branca e com um saco nas costas, que andava pela neve distribuindo presentes à criançada. Para nós, Natal era o Menino Jesus, Nossa Senhora e São José, Belém e a estrebaria, a estrela, os anjos, os pastores, os reis magos...O nascimento de Jesus Cristo, Filho de Deus, nascido de Maria. Deus feito homem! Tudo isso simbolizado e vivido - com muita fantasia e emoção, com muita religiosidade - no presépio, tão carinhosamente preparado em todas as famílias católicas, às vezes com arte extraordinária. Era a missa da noite de Natal e as cantigas próprias desse tempo litúrgico. Também, claro, os presentes familiares, as comidas típicas e as tradicionais representações cênicas. Tudo, sempre, em torno ao Menino Jesus. Ele era o Natal! Agora - me desculpe -, o senhor entrou no meio e botou o Menino Jesus para fora da festa. Natal é o Papai Noel, Papai Noel é o Natal e o Menino Jesus já era! Francamente, o senhor está me incomodando. O velho matou o Menino, penso às vezes. E me dá raiva, viu? Pensando melhor, porém, sei muito bem que a culpa não é propriamente sua. O senhor entrou nessa sem querer. Os homens o transformaram em símbolo de um negócio interessante e fazem com que o senhor apague a luz e a graça do Mistério do Natal. Natal virou mercado, já antes de chegarmos a estes tempos diábólicos do Mercado Total. E vira também, naturalmente, bebedeira, briga, esbanjamento e ofensa aos pobres que não têm nem casa, nem comida, nem calor humano. Eu acredito que, se o senhor é mesmo São Nicolau, o que vai querer é que Jesus seja conhecido, amado e seguido. Jamais o senhor pretenderia usurpar o Mistério do Natal, menos ainda para fazê-lo virar frivolidade e negócio. Acreditando nisso, quero lhe fazer um pedido, senhor São Nicolau, o verdadeiro. Ou vários pedidos. Sendo que Deus resolveu nos dar o seu próprio Filho, todo pedido é pouco... Continue a entregar presentes a todo o mundo, sobretudo aos duros de coração e aos corações de criança. Para os duros de coração, o sentido da justiça, da solidariedade e da partilha. Para os corações de criança, mais sonho ainda (utopia, necessária como o pão de cada dia), a esperança sempre maior, uma ternura do tamanho de todas as estrelas de Natal juntas, muita coragem e união para lutarem pelo Tempo Novo que Jesus veio inaugurar com o seu nascimento. Ajude aos pobres e marginalizados do campo e da cidade, negros, índios e brancos, mulheres e homens, a conquistarem a terra e o pão, a casa e a dignidade, a cidadania e a festa. A todas as autoridades deste mundo, vergonha, responsabilidade e espírito de serviço. E a todas as pessoas, aquele presente maior, que é o próprio Evangelho, a Boa Nova que os anjos de verdade cantaram nessa Noite, a mais bela da História humana, porque nela o próprio Deus nasceu feito humano, como nós, filho de mulher, criança e pobre... Desculpe, senhor Papai Noel, se pensei mal do senhor, e muito obrigado se pedi bem! |
# escrito por Kodai : 12/27/2007 01:32:00 AM
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domingo, dezembro 23, 2007
NÃO PERCAM O PROGRAMA SÓ DÁ VASCO ESPECIAL DE NATAL, DIA 25/12!
NÃO PERCAM O PROGRAMA SÓ DÁ VASCO ESPECIAL DE NATAL, DIA 25/12!
SORTEIO DE PRESENTES DE NATAL:
1 camisa oficial do Vasco
1 calça e uma camisa cortesia da REY & Co. Norte shopping.
3 camisas "Vascaíno de Verdade Protesta"
5 Cds do Adalto Magalha - "Samba de Tradição"
1 Cd do Ministério Unção de Deus - "Para chamar tua atenção"
Para concorrer, basta enviar email para o programa ou ligar, durante o programa para (21) 2543-1360.
O programa vai ao ar toda terça-feira pela Rádio Bandeirantes do Rio de Janeiro, 1360 Khz, das 20 às 22 hs.
# escrito por Kodai : 12/23/2007 08:25:00 PM
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NÃO PERCAM O PROGRAMA SÓ DÁ VASCO ESPECIAL DE NATAL, DIA 25/12!
NÃO PERCAM O PROGRAMA SÓ DÁ VASCO ESPECIAL DE NATAL, DIA 25/12!
SORTEIO DE PRESENTES DE NATAL:
1 camisa oficial do Vasco
1 calça e uma camisa cortesia da REY & Co. Norte shopping.
3 camisas "Vascaíno de Verdade Protesta"
5 Cds do Adalto Magalha - "Samba de Tradição"
1 Cd do Ministério Unção de Deus - "Para chamar tua atenção"
Para concorrer, basta enviar email para o programa ou ligar, durante o programa para (21) 2543-1360.
O programa vai ao ar toda terça-feira pela Rádio Bandeirantes do Rio de Janeiro, 1360 Khz, das 20 às 22 hs.
# escrito por Kodai : 12/23/2007 08:10:00 PM
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VIVA A APROVAÇÃO AUTOMÁTICA !!!
Apagão no ensino Ensino de 1ª a 4ª série tem 12% de alunos analfabetos
Publicada em 22/12/2007 às 19h21m
Maiá Menezes e Isabela Martin - O Globo RIO E FORTALEZA - Crianças que não sabem ler frases simples e sequer conseguem fazer um ditado formam um contingente estimado em 12% dos alunos da rede pública entre a 1ª e a 4ª série, segundo o Instituto Ayrton Senna, informam Maiá Menezes, Isabela Martin e Letícia Lins. É o que mostra reportagem publicada na edição deste domingo do jornal "O Globo"
- O analfabetismo é um dos principais sintomas da má qualidade do ensino - diz Margareth Goldemberg, coordenadora do instituto que tem programas de alfabetização em 527 cidades.
Professores alertam que não há como ensinar o conteúdo de matérias a quem não sabe ler. No Ceará, a direção de uma escola reforçou a alfabetização depois de ouvir o apelo de Nayara, de 14 anos:
- Eu me sentia inferior. Achava que nunca ia aprender.
Só 12%?
Como dizia Erasmo Carlos:
"Pega na mentira...."
De qualquer forma, mostra quão nocivo sãoos métodos modernos de ensino e a famigerada aprovação automática!
# escrito por Kodai : 12/23/2007 01:55:00 PM
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