A Hepatite C é, hoje, o maior problema de saúde pública no mundo e,
>conseqüentemente, no Brasil . Segundo dados da Organização Mundial de
>Saúde,
>3% da população mundial, cerca de 200 milhões de pessoas, se encontram
>infectadas.
>No Brasil, a estimativa aceita pelo Ministério da Saúde é de 2,6%, que
>representa 4,5 milhões de brasileiros infectados, dos quais 95%
>ainda não
>foram sequer detectados e desconhecem sua condição de portadores de
>Hepatite
>C, ou seja, para cada portador conhecido existem de 10 a 20
>portadores que
>desconhecem sua doença.
>Estamos frente a um universo de contaminados entre cinco a sete vezes
>superior aos infectados pelo HIV/AIDS.
>
>A Hepatite C é um vírus que ataca o fígado de forma silenciosa, sem
>apresentar qualquer sintoma. Se não detectada precocemente e sem uma
>assistência médica adequada, pode evoluir para formas crônicas podendo
>causar sérios danos hepáticos, entre eles a cirrose e câncer hepático
>que
>podem levar o portador à morte, sendo estas complicações responsáveis
>por
>70% das indicações de transplante de fígado.
>
>O tratamento destas complicações possuem um custo muito superior ao
>próprio
>tratamento, sem considerar ainda os custos com a perda da capacidade
>produtiva do indivíduo e gastos com aposentadoria.
>
>Em vista disso, programas eficazes e contínuos de detecção precoce
>precisam
>ser implantados com urgência, e os casos diagnosticados, devem ser
>cadastrados e encaminhados para tratamento e controle adequados.
>
>O vírus se transmite exclusivamente pelo sangue. Não há comprovação de
>contaminação por fluidos corporais, como saliva, suor, lágrimas,
>sêmen ou
>leite materno (a mãe contaminada pode amamentar). Abraços, beijos,
>compartilhar pratos, copos, talheres, sabonetes ou roupas não
>contaminam. A
>contaminação sexual é possível, porém muito rara, geralmente
>associada à
>presença de feridas causadas, sobretudo, por doenças sexualmente
>transmissíveis (DST). O vírus foi descoberto em 1989, portanto, 10
>anos após
>a descoberta do HIV que causa a AIDS. Somente após 1992 foram
>desenvolvidos
>testes de detecção, sendo que até então a maior fonte de contaminação
>eram
>as transfusões de sangue e hemoderivados, seguida pela utilização de
>seringas e agulhas não descartáveis, que eram fervidas, o que não é
>suficiente para eliminar o vírus, as pistolas de vacinação que
>passavam de
>braço em braço, pelos transplantes de órgãos, córneas e tecidos e
>pelas
>tatuagens (agulhas não descartáveis e pela própria tinta quando
>reutilizada). Portanto qualquer pessoa que fez uso destes fatores
>antes de
>1992 pode estar contaminada e deve fazer o teste.
>Atualmente, os fatores de risco de contaminação são o uso de drogas
>injetáveis ou aspiradas ( o canudo usado para aspirar a droga
>transmite o
>vírus quando compartilhado ), que representam 2/3 das novas infecções
>e
>acidentes com instrumentos perfuro-cortantes como agulhas, tesouras,
>bisturis, lâminas e alicates de unha, usados por barbeiros, manicures
>e
>pedicuros, quando não esterilizados corretamente, pois o vírus é
>resistente
>e pode sobreviver fora do organismo por até 72 horas.
>
>O desconhecimento por parte da sociedade é geral, sendo confundida
>sempre
>com a Hepatite A que é benigna e cura-se, quase sempre,
>espontaneamente. A
>desinformação é grande, também, entre as autoridades governamentais,
>profissionais de saúde ( que correm grande risco de se contaminarem no
>trabalho ), e inclusive, pela própria classe médica.
>
>Portanto é fundamental e urgente que as autoridades e a mídia de um
>modo
>geral, principalmente os veículos de comunicação de massa, divulguem
>corretamente a Hepatite C. Só um teste específico é capaz de
>diagnosticar o
>individuo contaminado, e todos aqueles que possam ter tido contato
>com o
>vírus mediante situação de risco conforme apontado acima, devem ser
>testados
>o quanto antes.
>
>Conforme o exposto, podemos concluir que o desafio de reverter a
>situação
>atual da doença é gigantesco, e só será possível com a ajuda de todos
>os
>setores da sociedade. Por esta razão pedimos que nos seja dado espaço
>e
>oportunidades de divulgarmos a Hepatite C.
>
>Estamos lutando para fazer a nossa parte.
>
>Regina Lancellotti
>Presidente
>HCVida - Grupo de Apoio a Portadores de Hepatite C
>São Paulo SP
# escrito por Kodai : 11/20/2004 01:59:00 PM


