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Ex-assessora pede proteção policial
A ex-assessora financeira da campanha de reeleição do prefeito Nedson Micheleti (PT), Soraya Garcia, solicitou ontem proteção à Polícia Federal. Na última quarta-feira, ela denunciou um suposto esquema de caixa 2 na campanha. Ontem, o promotor da 41 Zona Eleitoral, Sérgio Siqueira, entregou ao delegado-chefe da Polícia Federal, Sandro Roberto Viana dos Santos, o depoimento de Soraya e documentos para a abertura de um inquérito policial.
''Eu quero proteção à minha vida e à vida da minha família. Em um patamar de denúncias desse tamanho, você está correndo riscos'', justificou. Soraya admitiu não ter recebido ameaças. ''Não fui ameaçada. Às vezes um olhar vale mais do que qualquer coisa. Você sabe com quem você está mexendo e sabe o risco que você corre'', disse.
Soraya voltou a dar detalhes do suposto caixa 2 operado durante a campanha. A ex-assessora esclareceu que as 20 mil camisetas doadas pelo diretório nacional do PT vieram embaladas em caixas da DNA Produções. ''Nessas caixas estava escrito DNA Produções em que vinham as camisetas, que passou por dentro do PT, o Delúbio Soares assinou o recibo dizendo que tinha doado e mandou a nota fiscal'', disse.
Soraya negou que tenha pedido um cargo na administração. ''Eu não queria cargo político. Sou licitadora. Até fui para lá (campanha) por isso. Nunca forcei ninguém a me dar um emprego. Eles me disseram que dariam. O Francisco Moreno me ligou para eu ir trabalhar na Federação das Associações de Bairro mas eu não quis'', relatou.
Moreno, que é tesoureiro do PT e diretor de Marketing da Sercomtel, admitiu que ofereceu o cargo na federação. ''Estamos querendo montar um projeto e vi se ela não queria trabalhar conosco. É um projeto de um grupo do PT que trabalha com movimentos populares. Na hora ela aceitou, mas na terça-feira ela me mandou uma mensagem dizendo que esse cargo era muito pequeno e queria um cargo na Sercomtel. Depois não conversei mais com ela'', alegou.
O delegado-chefe da Polícia Federal disse que o pedido de proteção será analisado por Brasília. ''Vamos preencher os formulários normais da questão da proteção à testemunha e vamos fazer o requerimento o mais rápido possível para Brasília e a definição caberá ao órgão central. Enquanto isso vamos verificar a necessidade ou não da proteção imediata.''
O inquérito policial, que será conduzido pelo delegado Kandi Takahashi, será oficialmente instaurado após o recebimento formal da denúncia pelo Ministério Público. ''Estamos providenciando a degravação do termo de depoimento dela e semana que vem começaremos com a oitiva da própria Soraya e das outras pessoas que, em tese, têm envolvimento principal. São os nomes que ela citou, Augusto (Ermétio Dias Júnior), Francisco Moreno, Jacks Dias, possivelmente já na semana que vem vamos tentar ouvi-los. O prefeito tamém foi citado, tem uma prerrogativa especial na condição de prefeito e, com certeza, no decorrer das investigações, ele deverá ser ouvido também'', disse o delegado Sandro. (C.O.)
# escrito por Kodai : 7/30/2005 04:33:00 PM


