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Ministro ameaça processar ex-assessora
Citados pela ex-assessora financeira Soraya Garcia, 31, como fornecedores de verba usada em caixa 2 na campanha do prefeito Nedson Micheleti (PT), o deputado estadual André Vargas e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, responderam ontem com notas oficiais em que negam a acusação.
Na entrevista concedida um dia depois em que denunciou o supsoto caixa 2 de $ 6,5 milhões, Soraya afirmou que os períodos de baixa arrecadação oficial seriam compensados com as visitas de Bernardo e Vargas a Londrina, para apoio à reeleição do colega de partido. ''Se disser que sei de onde exatamente vinha o dinheiro, estarei mentindo. Mas que a 'seca' acabava quando deputado chegava, ah, acabava. Principalmente quando era o Paulo Bernardo'', relatou. Ainda conforme a ex-assessora, situações do tipo eram características também quando o tesoureiro de campanha, Francisco Carlos Moreno, viajava a Brasília ou a São Paulo ''e voltava com o dinheiro''. Moreno nega.
Soraya detalhou que a última remessa supostamente enviada por Bernardo e Vargas teria acontecido em novembro ''era o débito de cabeças do final do segundo turno. Quanto? R$ 120 mil, entregue pelo Augusto (Ermétio Dias Junior, então diretor da Companhia de Habitação de Londrina, a Cohab)''. Remessas desses e de outros prováveis fornecedores, complementou, vinham geralmente em finais de turno, e sempre para cobrir gastos ''três, quatro vezes maior que os declarados''. Aqui, ressalvou, haveria uma planilha de Excel identificando em azul os valores de caixa 1, e, em vermelho, os de caixa 2. ''Por exemplo: havia, às vezes, R$ 217 mil de 'pago' e R$ 338 mil ainda em débito, tudo de caixa 2. No caixa oficial, constavam R$ 125 mil'', citou.
Na nota encaminhada à imprensa, o presidente estadual do PT salientou o partido ''não recebeu e portanto não destinou recursos financeiros a quaisquer campanhas eleitorais no Paraná, se limitando a prestar assessoria política aos diretórios municipais''. Em seguida, Vargas afirma que o apoio à campanha em Londrina atestou realizações ''sem grandes eventos, showmícios e com muita militância voluntária'', além de apontar que nunca teve contato pessoal com Soraya durante o pleito. ''Há cerca de vinte dias fui procurado por esta pessoa, que se apresentou e pediu ajuda para arrumar emprego, já que estaria com a mãe doente e filho recém-nascido. Expliquei-lhe que emprego público não deve servir de paga eleitoral e que a ajudaria no possível a arrumar emprego na iniciativa privada'', finalizou, defendendo a apuração ''rigorosa'' da denúncia.
Já Bernardo declarou, igualmente por meio de nota, não ter integrado a administração da campanha de Nedson, e que também nunca teria tido conversas com a ex-assessora. A Soraya, por sinal, o ministro mandou um recado: classificou suas declarações de ''insinuações caluniosas'' e finalizou que tomará ''as providências legais cabíveis''.
Janaina Garcia
Reportagem Local
# escrito por Kodai : 7/30/2005 04:31:00 PM


