http://www.estadao.com.br/nacional/noticias/2005/ago/11/119.htm
Duda diz que depósitos que recebeu eram de caixa 2
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Brasília - O publicitário Duda Mendonça disse, em depoimento da CPI dos Correios, que os recursos depositados nas contas de suas empresas, tanto no Brasil como no exterior são "claramente de caixa 2". Segundo ele, em 2002 todo recurso recebido do PT foi oficial. Mas que a partir de 2003, com as dívidas de campanha, a situação mudou, com os pagamentos sendo feitos pelo empresário Marcos Valério.
Celso Juros/AE
Lágrimas: um dia após completar 61 anos, marqueteiro chora na CPI dos Correios
Segundo o publicitário, ele recebeu R$ 10,6 milhões, depositados nas Bahamas; mais R$ 1,4 milhão, sendo 900 mil sacados do Banco Rural, em São Paulo, e duas prestações de R$ 250 mil em abril de 2003 e outros R$ 3,6 milhões pagos pelo ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, ou emissário dele, além dos R$ 3 milhões oficiais.
Zilmar da Silveira, sócia do publicitário, disse que em determinado momento começou a reclamar a Delúbio sobre o atraso no repasse de recursos e foi quando ele disse que estava buscando resolver o problema por intermédio de um amigo (Valério)que estava ajudando e que estava buscando empréstimos.
Dusseldorf
A conta que diz ter aberto em 2004, nas Bahamas, tinha como representação o nome de Dusseldorf, disse. Zilmar da confirmou que a abertura da conta no exterior foi uma exigência do empresário Marcos Valério para receber os recursos de uma dívida que o partido dos trabalhadores mantinha o publicitário.
Zilmar afirmou que por ordem de Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, manteve contato com Valério que acertou o cronograma de pagamentos, a partir de fevereiro de 2004.
Cida Fontes e Jander Ramon
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http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/brasil/2005/08/11/jorbra20050811001.html
O estrago na imagem de Lula
Agência Brasil
Valério: 'Não tenho nenhum poder para fazer alguém abrir conta no exterior'; Duda: 'Nem sempre a gente pode culpar o chefe pelas coisas ruins'
O homem que maquiou a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na campanha eleitoral e durante todo o mandato, é o mesmo que ontem – num depoimento-surpresa – fez a crise política atingir a temperatura máxima. A revelação do marqueteiro Duda Mendonça, de que parte do dinheiro das campanhas eleitorais para o PT, incluindo a do presidente, foi pago no exterior, em uma empresa que se viu obrigado a abrir nas Bahamas, levou a oposição a falar de novo em impeachment e o presidente do partido, Tarso Genro, a admitir que a situação é muito grave. O publicitário contou que em 2003 recebeu R$ 15,5 milhões do PT, e, a pedido do partido, não emitiu nota fiscal. Marcos Valério teria lhe repassado R$ 11,9 milhões, dos quais R$ 10,5 milhões por meio da conta aberta no paraíso fiscal. Os recursos cobririam dívidas de campanha 2002 e também despesas de 2003. Com o intuito de defender o presidente, Duda se contradisse, ao afirmar inicialmente que o dinheiro referente ao pacote de 2002 – que teria sido depositado no exterior – incluía as campanhas de Lula, do senador Aloizio Mercadante, José Genoino, Benedita da Silva e de um senador, cujo nome não especificou. Depois se corrigiu: a campanha de Lula havia sido paga com “dinheiro limpo”. O senador Pedro Simon (PMDB) foi incisivo: Lula precisa se explicar à Nação “enquanto é tempo. Se não fizer isso amanhã (hoje), segunda-feira será tarde”. Provocado pela oposição, Duda se preocupava também em não envolver José Dirceu na operação, com o argumento de que o então dirigente se preocupava apenas com questões estratégicas, deixando as finanças nas mãos do tesoureiro do partido, Delúbio Soares. A situação do ex-ministro da Casa Civil, ameaçado de cassação, complicou-se ainda mais já que em 2002 ele era o presidente do PT e coordenador da campanha de Lula. O relator do processo contra Dirceu, deputado Jú lio Delgado (PSB-MG), disse que o depoimento do publicitário contribuiu para “tirar um pouco da nebulosidade”, sobre o papel do ex-ministro na campanha de 2002. Elogiado pela oposição, agradecida pelo presente inesperado, Duda Mendonça, com o seu depoimento, provocou reações de surpresa, raiva e perplexidade. Contrafeito, Aloizio Mercandante assegurou que continuaria apoiando o governo, mas lamentou, com palavras duras, o fato de nunca terem lhe contado que sua campanha teria sido financiada com dinheiro de caixa dois, vindo do exterior. Marcos Valério, que teve sua versão contraditada por Duda, reagiu negando que tenha imposto ao marqueteiro baiano a abertura de uma empresa no exterior para receber dinheiro. Após depoimento improvisado na CPI do Mensalão, comportou-se de modo parecido ao do deputado Roberto Jefferson (PRTB-RJ), quando se sentiu lançado às feras pela antiga cúpula do PT: “Falam em valerioduto mas não falam em dirceuoduto e do PToduto”, disparou. Ele também quer uma acareação com Duda. Na Câmara, deputados do PT choravam indignados com a revelação de Duda Mendonça, enquanto os vice-líderes pertencentes ao recém-criado PT Livre renunciavam aos cargos ao mesmo tempo em que denunciavam os “erros e os crimes” dos antigos dirigentes do partido, pedindo punições rigorosas.
Duda sacode PT e Planalto
Marcos Valério quer acareação
Lula arma a resposta
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# escrito por Kodai : 8/12/2005 01:30:00 AM


