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Audiência teve lugar em Janeiro
"Mensalão": presidente do BES reuniu-se com ex-ministro de Lula a convite de Marcos Valério
04.08.2005 - 16h44 Lusa
O presidente do Banco Espírito Santo no Brasil, Ricardo Espírito Santo, afirmou hoje ao jornal "O Globo" que se reuniu em Janeiro deste ano com o ex-ministro da Casa Civil da Presidência brasileira José Dirceu, num encontro preparado por Marcos Valério, acusado de ser o responsável pelo escândalo do "mensalão".
Ricardo Espírito Santo refere que foi Marcos Valério - acusado de ser o "homem da mala" que comprava o apoio dos parlamentares ao seu Governo - quem se ofereceu para o apresentar a José Dirceu.
A reunião entre presidente do BES, Marcos Valério e José Dirceu consta da agenda oficial do ex-ministro e teve lugar 13 dias antes da viagem de Marcos Valério e Emerson Palmieri, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), a Portugal.
O ex-ministro do Presidente Lula da Silva confirmou ao jornal "O Globo" que recebeu em Janeiro o banqueiro Ricardo Espírito Santo, que estava acompanhado por Marcos Valério.
De acordo com José Dirceu, Marcos Valério estaria a prestar serviços ao BES, que pediu a audiência para comunicar o seu interesse em novos investimentos. Em resposta, Ricardo Espírito Santo negou ter feito negócios com Marcos Valério e que este tivesse prestado serviços ao seu banco.
"Nunca fiz qualquer serviço com Marcos Valério. Ele ofereceu-se para me apresentar ao ministro Dirceu. Por isso, estava na audiência. No encontro, falámos sobre os projectos do Grupo Espírito Santo no Brasil. Nunca solicitei qualquer tipo de favor ou ajuda do Governo. Não trabalhamos com o Governo nem com políticos", disse o presidente do BES a "O Globo".
Outra denúncia do deputado Roberto Jefferson foi a de que Marcos Valério teria tentado convencer a direcção do Instituto de Resseguros do Brasil a transferir parte das reservas técnicas aplicadas noutros bancos europeus para o Banco Espírito Santo. O montante rondaria os 600 milhões de dólares (486 milhões de euros). Por essa transferência, segundo Jefferson, o banco português pagaria uma comissão para ser dividida entre o Partido dos Trabalhadores e o Partido Trabalhista Brasileiro, que estão no poder.
# escrito por Kodai : 8/06/2005 12:01:00 AM


