IBPS: impunidade e violência darão tom da disputa pela prefeitura em 2008
Publicada em 18/09/2007 às 00h56m
RIO - A desilusão com a impunidade e a crise da violência darão o tom da próxima eleição para prefeito do Rio. Essa é a avaliação de Geraldo Tadeu Monteiro, presidente do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS) e responsável pela pesquisa de intenção de votos divulgada na segunda-feira no ex-blog do prefeito Cesar Maia. De acordo com o levantamento realizado por telefone entre os dias 11 e 13 de setembro com 1.100 pessoas, a eleição do próximo ano ainda está indefinida.
" O melhor cabo eleitoral para uma aliança é o governador Sérgio Cabral "
- Em uma análise geral, tudo pode acontecer na próxima eleição para prefeito no Rio. Você não tem um candidato forte - Explicou Monteiro, ressaltando que o prefeito Cesar Maia, que está há oito anos na prefeitura e não pode se candidatar novamente, hoje não tem nenhum herdeiro político e sua influência em alianças fica na casa dos 30% de preferência:
- Hoje o melhor cabo eleitoral para uma aliança é o governador Sérgio Cabral, que tem 40% de influência eleitoral.
O IBPS testou três cenários com possíveis candidatos (cada partido apontou três nomes). A maior surpresa foi no terceiro, em que o nome que teve maior destaque foi o do deputado Wagner Montes (PDT), que lidera com 19,8%. Nos outros dois cenários, Denise Frossard (PPS) fica em primeiro lugar, antes de Marcelo Crivella (PRB) e Jandira Feghali (PCdoB), que ficam em segundo e em terceiro lugar respectivamente.
- O deputado Wagner Montes tem uma aceitação muito popular principalmente por causa do programa dele. Além de ser ligado à questão da segurança pública, apontada pelos entrevistados como a maior preocupação do carioca - disse Monteiro, lembrando que o deputado do PDT ocuparia um espaço que antes era do ex-governador Garotinho.
- Ele estaria ocupando um vazio deixado pelo Garotinho, que sempre teve um grande apoio da massa.
Para o deputado Wagner Montes, esse resultado também mostra que sua aceitação é fruto também de um amadurecimento na política que antes ele não tinha.
- Eu antes batia muito nas conseqüências, hoje eu bato nas causas. Hoje eu vejo mais a importância da educação e da saúde como políticas de segurança. Isso permitiu que eu ganhasse mais respeitabilidade - disse o deputado.
Ele, porém, afirma que não pensa em se candidatar no ano que vem:
- Eu não tenho pressa de subir os degraus da política assim. Quero fazer um trabalho na Alerj. Se mais perto das eleições eu perceber que a minha candidatura é uma vontade da população eu até posso me candidatar, mas não penso nisso agora.
A pesquisa apontou ainda um número que não chega a ser uma surpresa. Provocados espontaneamente para dizer em quem votariam para prefeito se as eleições fossem hoje, apenas 2,8% dos eleitores disseram que votariam em Sérgio Cabral. Uma enquete feita pelo GLOBO ONLINE já apontava a preferência dos eleitores de manterem Cabral no cargo de governador. Na semana passada, o governador chegou a cogitar deixar o cargo para concorrer no próximo ano contra um possível aliança Garotinho- Cesar Maia, que na pesquisa do IBPS ficou com 8,7%, Marcelo Crivella com 1% e Denise Frossard com 0,7%.
O presidente do IBPS chamou atenção para o alto número de pessoas que declararam a intenção de anular o voto na próxima eleição. De acordo com ele, esse número gira em torno de 7% e 10%, bem mais alto do que os 3% de votos nulos que normalmente são contabilizados em uma eleição. Para Monteiro, apesar de achar que esse é um percentual que pode diminuir, ainda sim está mais alto do que o costume, o que é um sinal de falta de esperança:
- Principalmente o último episódio da política: a absolvição do senador Renan Calheiros no plenário do Congresso Nacional. Esse é um voto de protesto, que revela um certo desgaste.
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# escrito por Kodai : 9/19/2007 10:12:00 AM



