Nacional: Chuva atrapalha desfile sobre chegada da corte portuguesa
29/1/2008
O "retorno" de D. João às ruas do centro do Rio, 200 anos após a chegada da corte portuguesa ao País, foi por água abaixo hoje (29). A chuva não deu trégua e pouca gente viu o cortejo, organizado pela prefeitura, com carruagens de época, 16 cavalos e cavaleiros do Exército trajando reproduções de uniformes usados nas época do Império. Foi um fiasco comparável à comemoração dos 500 anos do Descobrimento do Brasil em 2000, quando a réplica da nau capitânia, construída para a festa, teve problemas no lastro e precisou retornar a Salvador quando já seguia para Porto Seguro.
Uma das quatro carruagens parou logo no início do trajeto, no meio da Avenida Presidente Vargas, quando a roda dianteira esquerda se soltou. Mesmo assim, o empolgado carnavalesco Milton Cunha não parava de rebolar, mais à frente, em cima de outra carruagem, ao lado de atores caracterizados de D. João e Carlota Joaquina.
"Aplaude o rei, gente", implorava Cunha, debaixo de chuva. Outra carruagem levava atores caracterizados do jovem Pedro e de Maria a rainha mãe. Logo à frente, posavam para fotos o Rei Momo, Alex de Oliveira, a rainha do carnaval, Ketula Rocha Mello, e as duas princesas, Charlene Valnice da Costa e Suen Xavier do Nascimento. Personagens típicos do carnaval carioca, como melindrosas, malandros, pierrôs e colombinas, que ficaram a pé, foram levados em um caminhão do Exército, que também abrigou músicos da Confraria do Garoto.
O cortejo saiu às 14h30 do Paço Imperial, na Praça XV, no centro e deveria ter chegado às 16 horas à Cidade do Samba, na Gamboa, onde era aguardado pelo prefeito da cidade, Cesar Maia (DEM). No entanto, os cavalos correram, por causa da chuva, e o sub-secretário de Turismo, Paulo Bastos, parou o cortejo às 15h dentro do túnel que corta o Morro da Providência. Protegido da chuva, o grupo ficou ali por 25 minutos. "Estamos adiantados. A idéia inicial era que o deslocamento fosse feito com paradas, mas tinha pouca gente nas ruas, por causa da chuva. Por isso paramos", disse Bastos, todo molhado, com um galho de arruda em uma das orelhas. Logo depois chegou um grupo de 13 negros, vestidos de branco, que representavam escravos.
"A chuva está saudando a abertura do carnaval, o maior espetáculo da terra, que fica a cada ano melhor", discursou o prefeito Cesar Maia, que entregou a "chave" da cidade para o Rei Momo. "Agora, todas as questões estarão entregues ao rei, o Rio é de Momo. Antecipei a entrega (que ocorria na sexta-feira) porque os problemas eram muito grandes."
O Secretário Especial de Turismo, Rubem Medina, defendeu a antecipação oficial do início do carnaval. "Foi o maior evento de entrega de chave da cidade, foi lindo. A intenção da antecipação é estender o prazo do carnaval. Essa porra religiosa está errada, na minha opinião", declarou.
Agência Estado
Um evento desses num dia de semana só poderia mesmo fracassar.
Coisas de César Mala.
# escrito por Kodai : 2/02/2008 07:36:00 PM


